terça-feira, 13 de abril de 2010

Conclusão



Apesar de quase três semanas entre o começo do planejamento e a data de apresentação, foi em apenas uma semana, efetivamente, que as pesquisas de campo foram realizadas. Diminuindo ainda mais nosso tempo, o feriado do aniversário de Santo André impossibilitou que as pesquisas fossem feitas na quinta e sexta-feira, e como alguns de nós voltaram para suas cidades, retomamos as atividades apenas nesta semana.

Em um balanço geral, visitamos cerca de 50 comércios - pouco mais da metade dos comércios levantados na primeira listagem. Destes, nem em todos encontramos funcionários e um deles tinha inclusive mudado de lugar entre a semana de listagem e a de pesquisas. Porém, em quase todos que encontramos abertos fomos bem recebidos, exceto no Star Chicken, no qual os funcionários inicialmente não queriam responder ao nosso questionário.

Apesar de alguns resultados já esperados, muitos estabelecimentos nos surpreenderam quanto ao impacto que a universidade causou.
Por exemplo, ao contrário de nossas expectativas, a maior parte dos bares na Rua do Oratório pouco lucram com os estudantes, alguns deles inclusive tiveram diminuição das suas vendas após a implantação da UFABC - antes disso, existia a prefeitura na região, o que nos faz pensar que os prefeitos bebem mais do que estudantes universitários.

Com os restaurantes, apenas os mais próximos tiveram grande variação nos lucros. Os estabelecimentos que ficam no Carrefour tiveram, todos eles, aumento significativo das vendas, em maior ou menor quantidade. Os quiosques no estacionamento, de doces ou comidas rápidas, são os que mais lucram com os estudantes, alterando inclusive o quadro de funcionários para melhor atender a demanda de clientes. Restaurantes mais distantes da Universidade ainda reclamam da baixa clientela, e isso só se agravou com a implantação do Restaurante Universitário.

Outra surpresa foi quanto aos estabelecimentos automotivos, que já venderam, em média, de 20 a 30 carros cada, apenas para estudantes, desde a implantação da universidade. Apesar de não ser um número tão alto em um período de 3 anos e meio, são bastante expressivos para uma clientela que se conhece por andar de ônibus e estar sempre em dificuldades financeiras.

Papelarias, bazares e até cabeleireiros tem, cada qual, sua clientela fixa de estudantes. Dentre as papelarias, a Caex, nem tanto pela proximidade mas principalmente pela diversidade de serviços, é a mais frequentada, com um aumento de 50% da clientela após a chegada da universidade.
Os comércios da rua Oratório, no geral, tem altas expectativas sobre a universidade, enquanto os das ruas mais afastadas pouco modificaram com a sua chegada.

As imobiliárias, como era de se esperar, lucram com a universidade porque sua implantação traz valorização dos imóveis, apesar de eles próprios acharem ruim essa valorização porque compram os imóveis por valores elevados antes de colocá-los para locação.

Devido ao pouco tempo, o grupo de vestuário e alguns estabelecimentos de outros grupos não foram visitados. Porém, as pesquisas levantadas foram suficientes para destacar que proximidade, tipo, tamanho do estabelecimento e promoção boca-a-boca determinam o sucesso entre clientela estudantil.

No geral, a UFABC trouxe um impacto maior para o desenvolvimento geral do bairro do que diretamente para os comércios locais.
Muitos não variaram suas rotinas e vendas devido aos estudantes, outros como os de alimentação, papelarias e imobiliárias, lucram muito com esse tipo específico de clientela. Outros, ainda, tiveram aumento de vendas como teriam com qualquer outro grupo de pessoas que tivesse se mudado para o bairro. Mas todos os comerciantes são unânimes em dizer que a universidade tem impacto sobre o bairro, aumentando a movimentação, o trânsito local e alguns já percebem mudanças na segurança do bairro e a maioria vê esse impacto como positivo para o comércio e/ou o bairro como um todo.
Quanto aos lucros, bem... isso só alguns estabelecimentos podem realmente considerar a UFABC como grande impactante.

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