terça-feira, 4 de maio de 2010

Informações Adicionais e Agradecimentos

Os 98 comércios listados, o questionário e algumas das entrevistas realizadas com os comércios estão disponíveis nos links abaixo:


Algumas das entrevistas foram danificadas (sim, um cachorro realmente comeu) e, devido a isso, nem todas puderam ser publicadas.
Como já dito no decorrer do blog, nem todos os comércios listados foram entrevistados devido ao pouco tempo disponível para a realização do trabalho, alguns dos comércios mudaram de local, outros estavam fechados no momento das pesquisas, entre outros. Vídeos e fotos dos entrevistados não foram disponibilizados por conta da não autorização dos mesmos - vale lembrar que isso não foi solicitado a todos os entrevistados porque, em um dos dias de entrevista, não possuíamos equipamentos para tal.

Além disso, gostaríamos de agradecer a todos os entrevistados pela paciência, simpatia e pelas informações cedidas, à Glaucia Tanaka pela câmera e dotes fotográficos emprestados à maior parte das fotos deste blog e à prof. Ana Keila M. Pinezi pela orientação e oportunidade de realização deste projeto.


Rua Speers

terça-feira, 13 de abril de 2010

Conclusão



Apesar de quase três semanas entre o começo do planejamento e a data de apresentação, foi em apenas uma semana, efetivamente, que as pesquisas de campo foram realizadas. Diminuindo ainda mais nosso tempo, o feriado do aniversário de Santo André impossibilitou que as pesquisas fossem feitas na quinta e sexta-feira, e como alguns de nós voltaram para suas cidades, retomamos as atividades apenas nesta semana.

Em um balanço geral, visitamos cerca de 50 comércios - pouco mais da metade dos comércios levantados na primeira listagem. Destes, nem em todos encontramos funcionários e um deles tinha inclusive mudado de lugar entre a semana de listagem e a de pesquisas. Porém, em quase todos que encontramos abertos fomos bem recebidos, exceto no Star Chicken, no qual os funcionários inicialmente não queriam responder ao nosso questionário.

Apesar de alguns resultados já esperados, muitos estabelecimentos nos surpreenderam quanto ao impacto que a universidade causou.
Por exemplo, ao contrário de nossas expectativas, a maior parte dos bares na Rua do Oratório pouco lucram com os estudantes, alguns deles inclusive tiveram diminuição das suas vendas após a implantação da UFABC - antes disso, existia a prefeitura na região, o que nos faz pensar que os prefeitos bebem mais do que estudantes universitários.

Com os restaurantes, apenas os mais próximos tiveram grande variação nos lucros. Os estabelecimentos que ficam no Carrefour tiveram, todos eles, aumento significativo das vendas, em maior ou menor quantidade. Os quiosques no estacionamento, de doces ou comidas rápidas, são os que mais lucram com os estudantes, alterando inclusive o quadro de funcionários para melhor atender a demanda de clientes. Restaurantes mais distantes da Universidade ainda reclamam da baixa clientela, e isso só se agravou com a implantação do Restaurante Universitário.

Outra surpresa foi quanto aos estabelecimentos automotivos, que já venderam, em média, de 20 a 30 carros cada, apenas para estudantes, desde a implantação da universidade. Apesar de não ser um número tão alto em um período de 3 anos e meio, são bastante expressivos para uma clientela que se conhece por andar de ônibus e estar sempre em dificuldades financeiras.

Papelarias, bazares e até cabeleireiros tem, cada qual, sua clientela fixa de estudantes. Dentre as papelarias, a Caex, nem tanto pela proximidade mas principalmente pela diversidade de serviços, é a mais frequentada, com um aumento de 50% da clientela após a chegada da universidade.
Os comércios da rua Oratório, no geral, tem altas expectativas sobre a universidade, enquanto os das ruas mais afastadas pouco modificaram com a sua chegada.

As imobiliárias, como era de se esperar, lucram com a universidade porque sua implantação traz valorização dos imóveis, apesar de eles próprios acharem ruim essa valorização porque compram os imóveis por valores elevados antes de colocá-los para locação.

Devido ao pouco tempo, o grupo de vestuário e alguns estabelecimentos de outros grupos não foram visitados. Porém, as pesquisas levantadas foram suficientes para destacar que proximidade, tipo, tamanho do estabelecimento e promoção boca-a-boca determinam o sucesso entre clientela estudantil.

No geral, a UFABC trouxe um impacto maior para o desenvolvimento geral do bairro do que diretamente para os comércios locais.
Muitos não variaram suas rotinas e vendas devido aos estudantes, outros como os de alimentação, papelarias e imobiliárias, lucram muito com esse tipo específico de clientela. Outros, ainda, tiveram aumento de vendas como teriam com qualquer outro grupo de pessoas que tivesse se mudado para o bairro. Mas todos os comerciantes são unânimes em dizer que a universidade tem impacto sobre o bairro, aumentando a movimentação, o trânsito local e alguns já percebem mudanças na segurança do bairro e a maioria vê esse impacto como positivo para o comércio e/ou o bairro como um todo.
Quanto aos lucros, bem... isso só alguns estabelecimentos podem realmente considerar a UFABC como grande impactante.

Considerações Finais - Cabeleireiros



Todos os estabelecimentos visitados afirmam que as obras do campus da UFABC não causam transtornos e veem a universidade como um impacto positivo para o seu comércio e/ou bairro e a maioria tem expectativas em relação ao término das obras e o aumento da quantidade de alunos no campus.

Considerações finais - Imobiliárias, Serviços Automotivos, Despachantes, Materiais para Reforma em Geral


Ao realizarmos perguntas bem gerais para os funcionários dos mais variados cargos presentes nos estabelecimentos visitados, a resposta para a pergunta: "Em visao geral a UFABC trouxe mais benefícios ou malefícios para este comércio?" foi a mesma em todos os estabelecimentos: sim, para o comércio local, a UFABC trouxe benefícios; mais para alguns, como imobiliárias, e menos para outros, como lojas automotivas, por exemplo. Porém, para todos foi produtivo ter uma universidade nova nas proximidades. Considerando que as aulas no campus Santo André se iniciaram há relativamente pouco tempo, foi observado também que muitos comerciantes creem ser questão de tempo para que a situação melhore ainda mais.





Foto: Rua Abolição

CONSIDERAÇÕES FINAIS - ALIMENTOS


Em alguns, porém poucos comércios, a influência dos alunos foi positiva pois houve retorno financeiro, com aumento dos lucros. Porém, na maioria dos casos não houve contratação de novos funcionários, o que significa um aumento não tão considerável no movimento. Para outros - a grande maioria - a influência dos alunos não afetou em quase nada, devido à baixa freqüência dos mesmos nos estabelecimentos. No entanto, esperava-se um maior impacto com a chegada da universidade o que não aconteceu, ocorrendo pequenas alterações apenas nos comércios bem próximos a UFABC.

Pesquisas do Segundo Dia - Manhã.

Rua Oratório


Hoje, 13 de abril, entre 10h30 e 12h, nós, Larissa e Thais, continuamos a pesquisa de campo com os comércios locais.
Ao contrário do cenário da semana passada, o dia ensolarado colaborou com o andamento e agilidade das pesquisas, realizadas mais rapidamente do que na última terça-feira. Os entrevistados, como da outra vez, foram atenciosos e simpáticos conosco.

Foram entrevistados os comércios dos grupos Cabeleireiros, Supermercados e Cursos e Colégios. Deste ultimo grupo, em dois estabelecimentos dos 4 listados ninguém estava no local e, num terceiro, em virtude do feriado de Santo André, não pudemos ser atendidas. O único colégio entrevistado foi o Portinari Instituto de Ensino, que fica na rua Paulina Isabel de Queirós.
Rosemeire, responsável pelo Ensino Fundamental do colégio, conta que o corpo docente já se preocupa com a preparação dos alunos para o vestibular, apesar de, para os alunos dessa idade, essa não ser uma realidade imediata. Com a implantação da UFABC na região, a possibilidade da entrada dos alunos em uma universidade pública tornou-se uma realidade mais próxima e isso, apesar de não ter impacto econômico ao colégio, traz uma preocupação também por parte dos pais com o ensino dos filhos desde cedo, o que acarreta em deixar o colégio em plano de destaque na vida das crianças.

Quanto ao grupo Supermercados, dois estabelecimentos foram listados: Sam's Club e Carrefour. Como o primeiro realiza vendas somente para associados e devido ao tempo escasso para a realização das pesquisas, o Sam's Club não foi entrevistado. No Carrefour, conversamos com duas funcionárias: Cristiana, que trabalha na Padaria e Cafeteria do supermercado e Kátia, a supervisora dos caixas. Ambas contaram que há grande movimento de estudantes na Padaria, onde as vendas aumentaram em 40% devido aos estudantes e, por isso, houve contratação de funcionários. Apesar da queda das vendas após a inauguração do RU, segundo Cristiana, o movimento na Padaria, em alguns meses, voltou ao que era antes.

No estabelecimento como um todo, a frequência de estudantes é média e não citam pontos negativos em relação aos estudantes. Como todos sabemos, existem boatos de que os estudantes utilizam o estacionamento do Carrefour apesar de não serem clientes. Kátia confirma que isso realmente ocorre, mas não considera um ponto negativo, uma vez que não são apenas os estudantes que o fazem. Até mesmo a bagunça na Padaria é vista como normal por parte dos
funcionários.

No grupo Cabeleireiros constatou-se que, principalmente os estabelecimentos menores, veem na UFABC uma possibilidade de aumento da sua clientela. É o caso do salão Domingues Cabeleireiro, na Rua Oratório, que atende, em média, 4 pessoas por dia. Hoje o sr. Domingues, que classifica a frequência de alunos em seu salão como média-baixa, acredita que, com o término das obras do campus e o aumento do número de alunos no mesmo, essa frequência aumentará.
Assim como o sr. Domingues, Benedita, do salão Elumy Hair, também tem expectativas em relação aos estudantes. Inaugurou seu salão há apenas dois meses e já tem como clientela alguns estudantes e também os funcionários da obra nos finais de semana. Seu salão tem uma janela que dá diretamente para a construção do bloco A, mas ela afirma que as obras não incomodam, assim como, aliás, todos os demais comércios afirmaram. Em estabelecimentos maiores como o Studio J. Carraro, que atende, em média, 15 pessoas diariamente, também veem na UFABC uma nova possibilidade de ampliação da clientela, tanto é que, assim como a Tutti Belli Lavanderia, fazem promoções visando os estudantes da universidade. Porém, quanto maior o comércio, menos são sentidas as variações da clientela e menores são as expectativas sobre a universidade, apesar delas existirem. Isso pode ser notado no Evolution Cabeleireiros, o salão do Carrefour, que apesar de ter contratado dois funcionários nos últimos dois anos devido ao aumento da clientela, e de, em números absolutos, atender muito mais estudantes que os demais salões, consideram a frequência de alunos baixa e não tem grandes expectativas quanto ao aumento com a conclusão das obras. Curiosamente, o salão cita o problema do uso das vagas do supermercado pelos estudantes como ponto negativo da UFABC para o estabelecimento.

Pesquisas do primeiro dia, pela tarde - Parte II

Automotivos

Nenhum dos estabelecimentos relacionados a automóveis tiveram a UFABC como influência na localização escolhida, pois já estavam em funcionamento antes do surgimento da universidade ou escolheram por causa da localização estratégica (perto de vias movimentadas, como a Avenida dos Estados ou Rua Oratório). Em todos os estabelecimentos, a vinda da faculdade trouxe mais benefícios, aumentaram o lucro em cerca de 5%, as obras não ocasionaram transtorno; em alguns até ajudaram no lucro, porém se queixaram do trânsito, que aumentou significativamente após o surgimento da faculdade. Relataram também que não há segurança nas ruas: nunca foram assaltados, porém não há policiamento das ruas. O fato mais curioso foi que, ao entrevistarmos as multimarcas, constatou-se que há um movimento significativo de estudantes nesses lugares – e estávamos bem pessimistas em relação a estes estabelecimentos. Desde a vinda da UFABC, houve uma média de venda de 20 carros por estabelecimento para os estudantes, muito acima de nossas expectativas.


Imobiliárias

As imobiliárias já estavam abertas antes da UFABC surgir e houve um grande aumento na locação dos imóveis com o surgimento da universidade; porém, não houveram novas contratações, pois o grande movimento é apenas no início do ano. Queixaram-se do trânsito após a implantação do campus, do aumento do preço de compra dos imóveis e da segurança.

Rua Abolição

Reformas e construção

Nos estabelecimentos de reforma e construção não houve um grande impacto. Não houve um aumento significativo no lucro e raramente estudantes freqüentam o local. Apenas na Copafer há freqüência de estudantes, mas o lucro não é significativo.


Despachantes

Nos despachantes há um movimento de estudantes bom, porém não foi necessária a contratação de novos funcionários, pois o movimento já não é muito grande. Um dos estabelecimentos se queixou da poeira das obras e do trânsito causado pela faculdade. Os demais apenas se queixaram do trânsito e do policiamento que é muito escasso; porém todos acham que a faculdade trouxe muitos benefícios e tem expectativas em relação a ela.


(Bruno e Mikio)